Fundamentalmente, o "stress" é um esforço do organismo para manter o equilíbrio diante de determinadas situações agressivas.
O equilíbrio é regulado por dois fatores fisiológicos ‑ sistema nervoso e sistema glandular.
O sistema nervoso recebe os impactos externos, através dos sentidos e, por ele, circulam também as reações internas, de natureza psíquica. O cérebro decodifica, interpreta e direciona a resposta. Em correspondência com a interpretação dada ao estímulo, são gerados hormônios que vão relaxar, trazendo estados de calma, ou que vão provocar tensão, trazendo estados conturbadores.
Quando o homem é submetido a uma situação de tensão real, situação de medo, por exemplo ‑ digamos que ele esteja na iminência de ser atropelado por um carro, ou sofrendo um assalto ‑ naquela fração de segundo, surgem na corrente sanguínea determinados hormônios, como adrenalina e outros corticóides da supra renal, hormônios estes que vão solicitar reações nervosas definidas, que geram um quadro todo particular ‑ taquicardia, angústia, palidez. Vem acompanhado de um estado de alerta que é favorável para a fuga ou para o ataque.
Estimulado por essa reação interna, o indivíduo amplia de uma maneira fantástica sua agilidade, sua força, a fim de poder safar‑se da situação da maneira mais favorável possível.
Pois bem, passado o perigo, os hormônios são eliminados e o organismo volta a funcionar normalmente.
Até aí, tudo bem, reações definidas e favoráveis.
Acontece que, Dr. Hans Selye, fisiologista Vienense, que se radicou no Canadá, desenvolveu estudos muito profundos a respeito desses tipos de reação e deu, com isso, origem a um dos capítulos mais recentes da medicina, que é o da psicossomática, primeira linha da medicina tradicional que começa considerando o homem como um todo.
Através de seus estudos, chegou à seguinte conclusão. Quando o homem recebe agressões de natureza psicológica, tais como, frustrações, ofensas, ele se prepara tal como se estivesse diante de uma agressão real ‑ gera hormônios que vão solicitar uma reação orgânica.
Não conseguindo eliminar a causa, porque a causa não é nítida, esconde a causa e estratifica o estado de defesa, isto é, os hormônios continuam circulando indefinidamente, provocando reações orgânicas que vão produzir sintomas e, consequentemente, lesões orgânicas.
A esse estado de defesa cristalizado, Dr. Hans Selye deu o nome de "Stress" e, a esse mecanismo de reagir gerando hormônios tensionadores, a psicologia dá o nome de Auto‑Agressão.
O "Stress" não é resultante tão somente da carga de pressões exercidas pela vida, como a pressa alucinante do século XX, competições, burocracia, salários descompensados, 365 dias anuais de rotinas quando a natureza exige variedade e mil outras tensões conhecidas de cada um de nós. O agente desencadeador do "Stress" não está nesses fatos, propriamente, mas está na forma como nós interpretamos, na forma como nós encaramos todos esses acontecimentos e na forma como conseguimos manipular nossas reações.
A Psicossomática coloca os fatores emocionais como causadores da auto‑agressão e do "Stress", porque são eles que direcionam nossa interpretação dos acontecimentos que nos cercam. Este é o ponto chave de todo o processo. É necessário tomar consciência dessa verdade para podermos baixar sensivelmente o nível de "Stress".
A raiva, por exemplo, o desafeto, geram um quadro de "Stress". A vaidade, o orgulho, o amor próprio ofendido, nos levam a dar interpretações altamente estressantes às ofensas, calunias, maledicências de que somos alvo.
Estes valores ‑ vaidade, orgulho, amor próprio ‑ nos tornam incapazes de receber censura, em qualquer medida, por mais adequada que ela seja. O perfeccionismo é um grande gerador de "Stress".
E aqui ajusta‑se, a calhar, aquela historinha da tradição Hindu: "Certo discípulo foi queixar‑se a seu guru de que seus colegas de escola o maltratavam por ser de casta inferior, ao que o Mestre responde: "Filho meu, se lançares uma pedra a uma janela e esta tiver vidraça, será justo esperar que os vidros se quebrem, produzindo alarido e prejuízos materiais. Se, porém, a janela não tiver vidros, a pedra passará sem causar danos. O discípulo deve ser como a janela sem vidros. Despe‑te de teu amor próprio, de teu orgulho, de tua vaidade, que não são a verdade de tua natureza e ninguém, jamais, conseguirá humilhar‑te ou ferir‑te"
Nós deveríamos assumir uma posição de imparcialidade tal, que nos tornássemos capazes de ajuizar sobre a justiça ou injustiça dos acontecimentos de maneira neutra. Deveríamos ser capazes de tomar todas as providências necessárias, com um mínimo possível de envolvimento emocional. A SERENIDADE é uma das Leis da Psicossomática.
Para mudar a maneira de interpretar e para aprender a controlar as reações emocionais agressivas, precisamos conhecer melhor as possibilidades do pensamento humano.
É no controle da mente e no poder do pensamento bem direcionado que está a chave para a libertação do "Stress". Este assunto está detalhadamente desenvolvido no livro "Equilíbrio Pessoal" de minha autoria. Você fica sabendo como funciona a mente e como direcioná‑la construtivamente.